Na fala da personagem Mulher, a censura corta a referência a um órgão estatal, mesmo sem haver quaisquer referências a nomes ou cargos específicos.
Em entrevista a Fernanda Lapa (que pode ser lida aqui na íntegra no separador lateral), a actriz evoca um dos primeiros ensaios de Deseja-se Mulher, em que o encenador, Fernando Amado, terá dito para riscarem algumas passagens – muito provavelmente, as que tinham sido cortadas pela censura. Na memória, ficou-lhe um dos cortes:
Lembro-me de uma passagem em que a Céu Guerra, que fazia a personagem Mulher, dizia à Vampa (que era eu), qualquer coisa assim: «Aquela que vivia com o do Ministério...» Corta! E cortou-se a palavra «Ministério». (Risos)
© Torre do Tombo, série Processos de Censura a Peças de Teatro, subfundo da Direcção-Geral dos Serviços de Espectáculos, do Secretariado Nacional de Informação.