Arquivo virtual da Geração de Orpheu

 

ARMANDO CÔRTES-RODRIGUES

1881-1971

1891

Fevereiro - 28, pelas duas horas da tarde, nasce, em Vila Franca do Campo, na casa onde viveu Sena Freitas.

Abril 12, é batizado na Igreja Paroquial do Apóstolo S. Pedro, da vila onde nasceu, tendo sido seus padrinhos Francisco Afonso da Costa Chaves e Melo e a mulher, D. Maria Jácome de Chaves.

Setembro24, falece a mãe de Côrtes-Rodrigues vitimada pela febre tifoide.

1897

O pai muda-se com ele e dois criados para o Convento de Santo André, na mesma Vila, depois de ter sujeito este espaço a obras adequando-o a habitação.

O pai casa com uma senhora, também viúva, mãe de cinco meninas.

1900

Abril – A casa de Vila Franca do Campo, onde, nesta data, mora, hoje Museu desta vila, conhece a luz elétrica, figurando para a História como a primeira a usufruir do evento de Thomas Edison, nos Açores.

Outubro - Vai para Ponta Delgada estudar no prestigiado Colégio Fisher, onde permanece como aluno interno até 1906.

1906

Novembro – Publica em A Folha, jornal dirigido por Alice Moderno, o primeiro poema que se conhece, intitulado “Pedido”.

1907

Vai estudar para o Colégio Açoreano, onde faz o 5º ano, e o seu amigo Domingos Rebêlo parte para Paris para estudar pintura.

O pai é, nesta data, Administrador do Concelho de Vila Franca.

1908

Abril – Escreve a sua primeira crónica no jornal Autonómico.

Setembro – Vai para o Liceu da Graça onde termina o ciclo de estudos liceais.

Neste Liceu integra a Tuna académica como executante de violino.
1909

Fevereiro - É fundado o jornal do liceu A Mocidade. Côrtes-Rodrigues exerce, durante os três primeiros números, o cargo de administrador.

Publica, no primeiro número deste jornal, o seu segundo poema, “Dolor”.

Agosto, 5 - O Diário dos Açores publica o artigo "Futurismo", revelando a escola de Marinetti

1910 

Escreve o poema do “Hino ao Bom Jesus da Pedra”, de cuja festa religiosa é a maior de Vila Franca do Campo e a segunda maior da Ilha.

Março, 10 – É representada, no Teatro Micaelense, a opereta Em Férias, escrita por Côrtes-Rodrigues em parceria com Espínola de Mendonça. A opereta é encenada por Eduardo Raposo.   

Junho – Termina o sétimo ano de Letras com a tese “Eça de Queiróz, a sua vida e obra: com um estudo sobre o Realismo e a sua introdução em Portugal”.

Agosto – Durante este mês, redige, no Jornal San Miguel, um conjunto de crónicas, “Carta a um político”, assinando sob o pseudónimo X.

Setembro - Parte para Lisboa com o companheiro e poeta Espínola de Mendonça, onde chegaram no dia 6 de outubro.

Inicia o Curso Superior de Letras, onde conhece António Cobeira e Hernâni Cidade, amigos de vida e de Poesia. António Cobeira apresenta-o a Pessoa como“vindo da Ilha de Antero”.

Tem por mestres na sua formação superior, entre outros, Leite de Vasconcelos, Queiróz Veloso, Silva Cordeiro, Silva Teles, David Lopes e Adolfo Coelho.

É neste ano que, segundo Côrtes-Rodrigues, se dá a sua eclosão poética.  

1911

Assiste às comemorações do quinquagenário da fundação do Curso Superior de Letras, presididas pelo professor Teófilo Braga.

1912

Abril – No continente, inicia o serviço militar, que cumpriu durante dois anos, incorporado no Regimento de Artilharia 1, tendo estado Mafra.

Julho, 24 - Casa na igreja matriz onde fora batizado, em Vila Franca do Campo, com Laura Sofia Botelho Gusmão, uma das filhas da madrasta e de João Soares Botelho de Gusmão, filho do 1º visconde de Botelho.

Agosto – Inicia no jornal Autonómico a rubrica “Notas sobre o Joelho”, assinando sob o pseudónimo de Cesário Negro. Estas crónicas terminam em dezembro, as duas últimas não são assinadas e a última é assinada por “Fradique”.

Outubro - Mário de Sá-Carneiro oferece a Côrtes-Rodrigues um exemplar de Princípio - Novelas, com a seguinte dedicatória «A Côrtes-Rodrigues - o artista, em 1 out. 1912, Cordialmente of[erece] Mário de Sá-Carneiro».

1913

Março – Início da correspondência, que conheceu publicação, com Fernando Pessoa.

Participa na Revista Águia, Nº15, 2ª série.

Há dois registos, dias 3 e 16, no Diário de Fernando Pessoa da presença do poeta açoriano em concertos.

Maio – Publica, na Revista Ocidente, o poema “Sinfonia de Abertura” e em Dezembro “Murmúrios da Floresta – Siegfried –Wagner”, dedicado a Norberto Correia.

Junho – Côrtes-Rodrigues participa no 2º Salão dos Humoristas portugueses, através da caricatura que dele fez Norberto Correia. Também Fernando Pessoa está representado pela caricatura deste desenhista e escultor, nascido em Viseu, e cunhado do pintor Domingos Rebêlo.

Outubro – Dezembro – Mário de Sá-Carneiro oferece a Côrtes-Rodrigues Princípio – novelas originais; A Confissão de Lúcio: narrativa e Dispersão: 12 poesias. Constando, no primeiro livro, a seguinte dedicatória: «A Cortes Rodrigues – o Artista, em 1 out[ubro] 1913, cordialmente Mário de Sá-Carneiro»; no segundo, «Para Cortes Rodrigues, ao seu forte espírito de Artista, em 17 nov[embro] 1913. Mário de Sá-Carneiro», e no último, «Ao Belo Poeta Cortes-Rodrigues – ao seu admirável espírito, em 11 dezembro 1913 muito afetuosamente Mário de Sá-Carneiro».

Côrtes-Rodrigues consta no índice da projetada revista Lusitânia, com o poema "Carta para ela". Esta revista tem, como diretor, Fernando Pessoa, secretário, Mário de Sá-Carneiro, administrador, e Côrtes-Rodrigues, editor.

1914

Janeiro – Escreve um artigo para a revista Ocidente sobre a participação da atriz Italia Vitaliani na peça de Norberto Correia Adriana Lecouvreur. Neste número, para além da participação de António Cobeira, que então era regular com a Crónica Ocidental, participa Alfredo Guisado com o poema “Voo”. Por esta altura, aparecem na rubrica de Poesia desta revista, o poema “Salomé” de Sá-Carneiro, dedicado a António Cobeira, bem como poemas de Alfredo Guisado, António Ferro, António Cobeira e de Espínola de Mendonça, companheiro com quem Côrtes-Rodrigues veio para Lisboa para cursar Letras.

Fevereiro - Março – Assina a rubrica “Notas Dispersas” no jornal Autonómico.

Março - Inicio da correspondência, de que temos notícia, com Sá-Carneiro. Mora no Nº 20 da Rua da Piedade, em Algés.

Côrtes-Rodrigues colige as notas que Fernando Pessoa lhe vai fornecendo sobre aspetos da sua vida e escrita. Estas notas foram também redigidas pelo punho do autor de “Paúis”.

Agosto, 16 - Nasce em Algés, freguesia de Carnaxide, o seu primeiro filho, Luís Filipe, que, na idade adulta, se estabeleceu e constituiu família na região do Porto. Luís Filipe foi também poeta, assinando sob o pseudónimo de Luís Ribeira-Sêca, escritor e cronista de imprensa.

Neste mês Côrtes-Rodrigues parte para S. Miguel onde permanece até abril de 1915.

Côrtes-Rodrigues consta no índice da revista Europa, projetada por Fernando Pessoa, com o poema "Loucura da Floresta" (Página Interseccionista)

1915

Março

17 - Sai no Diário dos Açores um artigo do seu correspondente em Paris, intitulado “A primeira experiência do Teatro Futurista”.

Colabora em Orpheu I, que é publicado no dia 25 deste mês, com cinco poemas enviados de S. Miguel. Nesta Ilha, recebe, no mês seguinte, um exemplar desta revista que Fernando Pessoa lhe envia.

Colabora no Jornal católico A Verdade de Angra do Heroísmo. 

Maio – Regressa a Lisboa para terminar o Curso.

Recebe de Sá-Carneiro um exemplar de Céu em Fogo com a seguinte dedicatória: «A Côrtes-Rodrigues de "Orpheu" ao seu grande amigo e ao Artista admirável - Sinceramente of[erece] em 11 de Maio de 1915 o Mário de Sá-Carneiro»

Junho – Colabora sob o nome de Violante de Cysneiros, em Orpheu 2.

Prepara a tese de licenciatura que Fernando Pessoa se encarrega de dactilografar.

Julho - Última carta que se conhece da correspondência com Sá-Carneiro.

Neste mês, a 15, o jornal A Capital publica a carta que Côrtes-Rodrigues lhe enviou em que se demarca do que Álvaro de Campos escreveu sobre a queda de Afonso Costa, bem como de Raul Leal e do seu manifesto. António Ferro e Alfredo Guisado já tinham tomado a mesma posição.

Completa o caderno com os "coupures" de Orpheu (os recortes da imprensa sobre a receção crítica de Orpheu) que Sá-Carneiro compilou.

Agosto – Côrtes-Rodrigues passa umas férias em Viseu, na casa de Norberto Correia, seu amigo, escultor, arquiteto e também conhecido de Fernando Pessoa, de quem fez uma caricatura que expôs no Salão de Humoristas de 1913. Sá-Carneiro é também conhecido deste artista viseense, uma vez que lhe quer dar um exemplar de Céu em fogo para lhe agradecer uma caricatura que dele fizera.

OutubroOrpheu3  não sai, mas Côrtes-Rodrigues entregara a sua participação a Fernando Pessoa, o poema “Cavalgada do Sonho”.

Dezembro – Procura António Sardinha na sua casa da Rua dos Prazeres, 19, 1ºDtº, em Lisboa, para com ele conversar sobre o Movimento que o autor de A Epopeia da Planície lidera.
1916

Janeiro16, data do Diploma do Curso Superior de Letras. 

Fevereiro 6 – Parte para a Ilha, deixando a sua participação para a revista Exílio.

Inicia no boletim paroquial A Crença,  uma série de poemas-oração, na rubrica “Lyra Christã” e assinando A. Neste jornal participa ainda com outras 4 rubricas, “Conversando”, “Serões d’Aldeia”, “Um amigo na Terra” e o “Evangelho”, textos doutrinários católicos e evangelizadores e sempre sob pseudónimo, A, X, R, Rusticus. Estas participações mantêm-se regulares até 1920 e, embora mudando de nome, mantêm o mesmo caráter.

Abril – É publicado o primeiro, e único, número da revista Exílio. Côrtes-Rodrigues  participa com um conjunto de quatro poemas que intitulou “Via Sacra”.

Maio - Violante de Cysneiros inicia a sua participação na rubrica Azulejos, do jornal O Autonómico de Vila Franca do Campo, terminando-a em dezembro deste ano.

Côrtes-Rodrigues envia a Fernando Pessoa o poema “Cortejo Trágico” para ser integrado na parte que Orpheu3 dedicaria à memória de Sá-Carneiro.

Setembro – Fernando Pessoa prossegue no projeto Orpheu 3.

Violante de Cysneiros escreve sobre “A Arte e o Integralismo Lusitano”.

Outubro – Côrtes-Rodrigues inicia a atividade docente no Liceu Central de Ponta Delgada, onde permaneceu como professor agregado até 1921.

Dezembro – Início da correspondência trocada com António Sardinha sobre a criação de um núcleo integralista nos Açores. No espólio de Sardinha há mais duas cartas e um bilhete de Côrtes-Rodrigues anteriores a esta data, mas que nada têm a ver com a criação do núcleo. A esta carta seguem-se mais três, uma de 19/1/1917, outra de abril deste ano e a última de 20/5/1918. 
1917

Julho - É constituída a “Associação de S. Francisco de Salles”, da qual Côrtes-Rodrigues é eleito Diretor. Na primeira reunião desta associação católica, que diz ter uma “ação social”, é determinado que se proceda à “organização de um círculo d’estudos” com o tema inicial “A Existência de Deus” 1ª ata em 31/1/1917, última, ata 34ª, em 11/3/1920.

1918

1º Semestre – Adere e torna-se responsável pelo Núcleo Micaelense de Propaganda Integralista. Publica textos na imprensa, assinados em seu nome e sob pseudónimos, sobre este Movimento. Defende para o Movimento uma “feição inteiramente açoriana”.

1919

Janeiro – Vem a Lisboa.

1920

Fevereiro - Inicia, com diversas rubricas, a colaboração no A Actualidade, jornal católico, antirrepublicano e conservador, fundado neste mês. Neste jornal escreve inúmeros textos, sobre a afirmação da doutrina e religião católicas, bem como poemas, assinando sob os pseudónimos Rusticus, Simão de Vilanova, X e A, sobre a afirmação da doutrina da religião católica. Assina, em seu nome, as “Notas da Semana”, bem com artigos pontuais. Estas colaborações mantêm-se regulares até 1926, data em que o jornal termina.

1921

Outubro – Toma posse como professor efetivo no Liceu de Angra do Heroísmo, instalando-se no Nº47 da Rua Visconde de Bruges.

Início de um fervilhante convívio intelectual com figuras da sociedade angrense e que duraria até 1924. Destaca-se o grupo, a que os seus integrantes apelidaram de Academia dos Singulares, do qual faz parte Luís da Silva Ribeiro, Manuel António Lino e José Moniz Pacheco de Bettencourt. 

1922

Março – Integrado no Movimento Autonómico, profere uma palestra na Sociedade Fanfarra Pátria, sob o título “Sentimento açoriano”. Este texto apela à congregação das nove ilhas visando uma identidade comum. Pouco tempo depois, profere outra conferência, imbuído do mesmo princípio, mas somente para as Senhoras. Em paralelo, Violante de Cysneiros escreve, no mesmo sentindo, na Folha de Angra.

Junho - Publica o poema "Portugal Novo" dedicado a Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

Julho – Sai o primeiro número da revista Açores que tem como diretor José Barbosa, sendo Domingos Rebêlo o seu diretor artístico e Côrtes-Rodrigues o diretor delegado em Angra. Esta revista conheceu publicação regular até 1924. Em 1928, saem mais uns números desta revista que termina neste ano.

Tem inscrito este ano num caderno intitulado “Contos do Natal por Armando Côrtes-Rodrigues  Volume I”. Nesta série de quatro contos dominam os valores da humildade e solidariedade e condena-se a usura e indiferença perante o sofrimento do outro. Dois destes contos foram publicados, “Milagre de Natal” e “Mendigo”, este sob o título “Conto do Natal”, encontrando-se ainda inéditos “Dois Velhos” e “O Avarento”.

Dezembro – Redige a Ode a Minerva com motivos e estrutura clássicos para oferecer a Luís Ribeiro, no dia do seu 40º aniversário. Esta ode foi publicada, em junho do ano seguinte, em edição limitada e não comercializada e só tornada pública nos anos de 50.

1923

Junho, 7 - Nasce em Angra do Heroísmo o seu segundo filho, Jorge Manuel.

Recebe a última carta, que se conhece, de Fernando Pessoa.

Severo Verdades inicia a sua participação no jornal Actualidade com a rubrica “Da nossa Estante”. Simão de Vilanova inicia a rubrica “Migalhas”, partilhando-a com António Moreno, pseudónimo do padre Jacinto Botelho.

Publica o seu primeiro ensaio de caráter etnográfico As Festas do Espírito Santo na Ilha de S. Miguel.

Dezembro – Data do “Auto de Natal” inscrita no manuscrito do original e só publicado em 1940.

Numa edição limitada e reservada, é publicada, em Angra, Ode a Minerva.

1924

Janeiro - Envia a Armando da Câmara Pereira uma carta, onde esboça um programa para a criação de um “Pensamento açoriano”.

É deste ano a data inscrita num livro de encadernação caseira e manuscrito intitulado “Da Vida Intelectual – Notas”.

É deste ano a data inscrita num livro de encadernação caseira e manuscrito intitulado “Arte de estudar”.

Participa nos jogos florais de Angra do Heroísmo com uma “Ode”.

Primeira e única edição de Em Louvor da Humildade - Poemas da Terra e dos Pobres, cuja capa e desenhos são da autoria de Domingos Rebêlo.

Junho - Visita as Ilhas, a convite de José Bruno Carreira, um grupo de intelectuais do continente que ficou registado na História açoriana pela “Visita dos Continentais”. Integra este grupo José Leite Vasconcelos que, na sequência desta visita, escreve Dias de Sonho.

Setembro – Regressa de Angra com a família e instala-se em Ponta Delgada, na Rua Vaz Canário, 19.

Novembro – É colocado, por um período de cinco anos, no Liceu Central de Antero de Quental, sendo nomeado professor efetivo no ano seguinte, onde permaneceu até ao final da sua vida docente, que terminou em 1960.

1925

Maio – Reunião dos antigos alunos do colégio Fisher.

Ano inscrito na capa do caderno manuscrito “Musa íntima – versos que não se publicam”. Há, para além de outros, um soneto que foi publicado na Folha de Angra cujo sujeito é feminino e é assinado por Maria do Céu. Pretendia publicar o soneto que responderia a este, mas não chegou a fazê-lo, porque, segundo nos informa, foi suspensa a publicação do jornal.

1926

É este o ano inscrito na primeira página de um livro manuscrito que intitula “Notas de Literatura”.

É este o ano inscrito na primeira página de um caderno manuscrito “O Livro dos Pequeninos – fábulas e outras poesias”.

É este o ano inscrito num caderno manuscrito com o título “Poesias e vários poemas”.

Julho – Morre o padrinho/mestre Coronel Afonso Chaves.

Dezembro - Nasce a filha Maria Ernestina

1927

Maio, 5 – É publicado no Correio dos Açores um excerto de O Milhafre.

Junho, 6 – Estreia em Ponta Delgada, no Teatro Micaelense, O Milhafre.

10 O Milhafre é representado em Angra do Heroísmo, contando com a presença do Bispo daquela vila que pela primeira vez vai ao Teatro.

Junho – Profere no Teatro Micaelense uma conferência sob o título “S. Francisco de Assis e a Poesia”.

Outubro – Amélia Rey Colaço representa O Milhafre no Brasil, peça integrada na digressão que faz por este país

1928

Janeiro – Volta a ser editada a revista Os Açores, sendo Côrtes-Rodrigues o seu redator principal e José Celestino Barbosa diretor, terminando poucos números depois, neste mesmo ano.

Julho - É-lhe conferido, pela Presidência da República, o grau de oficial da Ordem de Santiago de Espada, sob proposta do Ministro da Instrução.

Agosto – Vem ao continente e, em Lisboa, oferece a Fernando Pessoa um exemplar de Em Louvor da Humildade.

Redige um conjunto de poemas em francês com a seguinte indicação “Lisbonne, Août 1928”.

Setembro - Passa 9 dias no convento beneditino em Falperra, Braga, e regista, num livro por ele construído, o diário desses nove dias a que deu o título “9 Dias num Convento Beneditino”. É convidado, por um eclesiástico dessa Instituição, a participar na revista Opus Dei, facto de que não encontrámos registo.

1929

O pintor Domingos Rebêlo faz o retrato de Côrtes-Rodrigues inscrito no fundo impreciso de arbustos e flores.

1931

Maio, 3 - O Milhafre é representado no Teatro Nacional D. Maria II. A imprensa da capital dá uma significa e favorável cobertura a esta representação.

Como membro da Associação Católica de Ponta Delgada, inicia uma série de conferências de cariz doutrinário e de intervenção cívica na sociedade e na família

1932

Março, 12 – Funda, juntamente com José Agostinho, Alfredo Bensaúde, António da Silveira Vicente, Luís Bernardo Leite de Ataíde, Ernesto Ferreira, Francisco Pacheco de Castro, Teotónio da Silveira Moniz e Tomás Borba Vieira, a Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves. Participa, desde o primeiro número, na Revista Açoreana, órgão desta Sociedade.

Ano inscrito num caderno, com poemas, manuscrito, intitulado “Notas de Fisiognomonia”.

Publicação de O Milhafre, Peça Regional em 3 atos.

Ano inscrito na capa de um caderno manuscrito com a indicação “Dicionário de termos do Dialecto Calafona com o seu correspondente em inglês organizado e compilado segundo a linguagem de S. Miguel (Açores)” e com o seu nome como autor.

Outubro – Inicia uma série de conferências, vinte e três, que proferiu no âmbito do “Secretariado Micaelense de Entronização” que terminam em Junho de 1933, fazendo o seu registo num caderno manuscrito.

Novembro – Passa a integrar a redação do jornal Correio dos Açores, conforme notícia do mesmo jornal do dia 6.

1933

Janeiro – Profere, na Associação Católica, uma conferência intitulada “Os Católicos e o momento atual”

O pintor Domingos Rebêlo retrata Côrtes-Rodrigues sentado a uma secretária, tendo uma caneta na mão pousada sobre uma folha de papel.

1934

Edição de Cântico das Fontes.

Março – Sai o primeiro Número da Açoreana - Revista de Estudos Açorianos - Boletim da Sociedade Afonso Chaves. Este facto constitui para Côrtes-Rodrigues o cumprimento de um desejo que Afonso Chaves lhe expressara no final da vida, honrando a sua memória.

Substitui Silva Júnior na direção da revista Insula.

1935

Maio – Participa na homenagem que o Liceu Antero de Quental presta aos professores do Curso de 1910. Profere um discurso na qualidade de porta-voz dos alunos de então.

Novembro – Sai o 3º número da revista Sudoeste que integra colaboração dos poetas de Orpheu. No texto “Nós os de ‘Orpheu’”, Fernando Pessoa, depois de referir a distância geográfica como causa da não inclusão do poeta açoriano neste número dedicado à revista que, naquele ano, fazia 20 anos, apresenta Côrtes-Rodrigues como sendo «diretamente de Orpheu» e os poemas de Violante de Cysneiros como «uma maravilha subtil de criação dramática».

Fernando Pessoa envia a Côrtes-Rodrigues o «desejo»  de que  «(...) se não embrenhe demasiado, como de há tempo se vem embrenhando, no catolicismo campestre, pelo qual facilmente se aumenta o número de vítimas literárias da pieguice fruste e asiática de S. Francisco de Assis, um dos mais venenosos e traiçoeiros inimigos da mentalidade ocidental»

Côrtes-Rodrigues toma conhecimento deste «desejo» e recebe-o, conforme podemos constatar pelo que diz numa carta que escreve a Eduíno de Jesus, vinte anos depois: «Eu merecia o beliscão e aceito-o com a amizade sincera de quem mo deu. Mas o nosso pai S. Francisco é que não merecia a dureza e injustiça destas palavras (…)». E a João Afonso, «Pessoa chamou a esses poemas», referindo-se a Violante de Cysneiros, « ‘uma maravilha subtil de criação dramática’ - não me envaidece a citação. E sinto que se me tivesse perdido, ter-me-ia encontrado nela»

 

Morre Fernando Pessoa.

1936

Janeiro, 5 - É representado no Seminário de Angra o Auto dos Pastores.

1937

Abril, 11 - Representação em New Bedford, no Rex Auditorium, da peça O Milhafre.

Data inscrita em “Este é o tratado de respiração que para seu uso próprio compoz o poeta Armando Côrtes-Rodrigues”, caderno manuscrito.

1938

É deste ano um caderno manuscrito, com orações e preceitos religiosos intitulado “Terço da Presença de Deus”.

É igualmente deste ano a data inscrita na peça de teatro, inédita, O Senhor Administrador.

Maio – Participa no I Congresso Açoriano que se realizou em Lisboa, entre os dias 8 e 15, através de um texto que intitulou “Folclore Micaelense”.

No âmbito do Congresso escreve a peça Quando o Mar Galgou a Terra que iria ser levada às Comunidades açorianas da América do Norte

Novembro, 6 - Estreia, em Fall River, No Auditorium da Tecchnical High School,  a peça Quando o Mar Galgou a Terra, sendo a personagem feminina representada por Ilda Stichini e a duas personagens masculinas representadas por João Perry. No dia 20, a peça é representada, pela mesma companhia, em New Bedford, seguindo, depois, para Turlock, Point Some e Oakland. 

1939

Abril, 20 - É representada a comédia regional em I ato O Senhor Administrador, que inaugurou o Teatro de Vila Franca do Campo. Este texto, que tinha o epíteto de “Comédia burguesa”, mais tarde, alterado para “Comédia Regional”, é dedicado ao Dr. Urbano de Mendonça Dias. Nele consta a seguinte inscrição: «À memória do tio João da Mãe d’Água – progressista sincero que manteve sempre até à morte o seu ideal político».

Maio, 1 - Sai o primeiro número do jornal A Ilha, e, com ele, o poema “Maio” de Côrtes-Rodrigues.

Julho - É deste mês a data de um caderno manuscrito, intitulado “Poesias Escolhidas por Armando Côrtes-Rodrigues”.

Agosto – Parte de Ponta Delgada rumo a Lisboa em trânsito para Paris. Na cidade luz, fica hospedado em casa da, então, ex-mulher de Canto da Maia, Mathilde do Canto. Faz os percursos de Rilke, vai à ópera, à casa de Balzac e pouco mais explora desta cidade, uma vez que se vê obrigado a abandoná-la, pelo facto das autoridades terem mandarem sair da cidade os estrangeiros, na sequência da eclosão da 2ª Guerra.

Setembro - Chega ao Porto, onde visita o filho Luís Filipe. Passa por Lisboa, reencontrando-se com João de Castro Osório e, em Sintra, com José Osório de Oliveira. Deixa o continente, passa pela Madeira e chega, em outubro, a Ponta Delgada, onde corria o boato de que tinha morrido.

Outubro – Data inscrita num caderno manuscrito com o título “Cadernos de Simão de Vilanova e Poesia”.

 É também deste mês a data inscrita no primeiro caderno manuscrito e intitulado “Poesias”, Esta data compreende outubro de 1939 a dezembro deste mesmo ano. Existem no espólio mais oito cadernos com as mesmas características.

Ano inscrito num caderno manuscrito intitulado “Poesias escolhidas por Armando Côrtes-Rodrigues”. Neste caderno constam poesias de Rilke, Cecília Meireles, António Botto, Natércia Freire, Murillo Mendes, Juan Ramon Jimenez, Fernando Pessoa, entre outros.

Dezembro – Data inscrita no caderno manuscrito intitulado “Poesias II”. Inicia nesta data e termina em fevereiro do ano seguinte.

Ano inscrito no caderno manuscrito intitulado “Poesias IV” e com o subtítulo “Pão nosso de cada dia”.

1940

Fevereiro – Inicia a sua colaboração dominical no jornal Correio dos Açores, intitulada “Nota da Semana”, assinando, “Ninguém”. Mantém esta rubrica até julho de 1941.

Neste mês é publicado o último número da revista Presença e com ele a única participação de Côrtes-Rodrigues nesta revista.

Março - Data inscrita no caderno manuscrito intitulado “Poesias III”. Inicia nesta data e termina em maio deste ano.

Publicação de Quando o Mar Galgou a Terra - Peça Regional em três atos.

O segundo número de Cadernos de Poesia, organizado e editado por Tomás Kim, José Blanc de Portugal e Ruy Cinatti, abre com três poemas de Armando Côrtes-Rodrigues.

1941

Janeiro – Data inscrita num caderno manuscrito intitulado “Novas Poesias V”. Inicia nesta data e termina em outubro deste ano.

Fevereiro 1 – O Jornal A Ilha dedicada a Côrtes-Rodrigues a sua “Página Literária”.

Abril – Na qualidade de Presidente da Secção Cultura Espiritual da Associação Escolar do Liceu de Ponta Delgada, promove uma série de serões músico-literários, tendo o primeiro acontecido neste mês.

Julho – O Presidente da República, General Carmona, visita S. Miguel. Côrtes-Rodrigues profere o discurso em nome do Povo.

Ruy Galvão de Carvalho publica “A Poesia Atual de Armando Côrtes-Rodrigues”, primeiro artigo sobre a sua exegese.

1942

Fevereiro – Segundo notícia do jornal A Ilha, 21/2/1942, Côrtes-Rodrigues integra a Mesa de Honra, juntamente com Alice Moderno, de uma das palestras culturais promovidas pelo Liceu Antero de Quental.

Publicação de Cantares da Noite Seguidos de Poemas de Orpheu

Nasce o seu quarto filho, Armando Pacheco Côrtes-Rodrigues, filho de Hortense Aurora Pacheco.

Exerce o cargo de Vice-Presidente, na Ilha, da União Nacional.

Ano inscrito num caderno manuscrito, em francês, com o título, “Este é o Livro da Vida que para seu uso coligiu o poeta Armando Côrtes-Rodrigues”.

1943

Janeiro - Morre o seu amigo/mestre padre Ernesto Ferreira.

Abril - Publica na revista Ocidente – o poema “Caminhos” de Rilke, com as seguintes notas: “Primavera de 1942” e “Tradução livre de Armando Côrtes-Rodrigues”.

Inicia um caderno sob o título “Novos Poemas VI” com a indicação “De abril de 1943” . Os poemas deste caderno são integrados, com significativas alterações, no livro Horto Fechado.

Maio - Homenagem do Liceu aos seus dois professores poetas: Côrtes-Rodrigues e Espínola de Mendonça.

Junho - Recebe do Secretariado de Propaganda Nacional uma carta, assinada pelo seu Diretor, António Ferro, comunicando-lhe que o seu livro Cantares da Noite mereceu, por parte do júri do concurso literário promovido pela aquela instituição, «palavras de merecido louvor (…) pelas qualidades nelas reveladas».

Dezembro - É nomeado secretário da Sociedade Afonso Chaves.

É fundado O Instituto Cultural de Ponta Delgada, cuja direção integra juntamente com Humberto Bettencourt, Rodrigo Rodrigues, Francisco Carreiro da Costa e José Bruno Tavares Carreiro.

1944

Entrega a Joel Serrão toda a correspondência que recebeu de Fernando Pessoa, bem como a de Sá-Carneiro, para que a publique, por lhe ter reconhecido mérito literário para tal.

Maio – Nomeado diretor da revista Insulana, órgão do Instituto Cultural de Ponta Delgada, cargo que acumularia com o de secretário. 

Com o primeiro número desta revista, inicia a publicação de parte do Adagiário que, como sabemos, pretendia publicar em livro, mas que só aconteceu após a sua morte. 

Outubro, 19 – Inicia, com o 1º número do jornal Açores, a sua colaboração dominical, “Nota da Semana”, assinando com diferentes nomes (“Ninguém” “Todo-o-Mundo” A., X., Z.), fixando a assinatura A., a partir de maio de 1945. Esta colaboração mantém-se até janeiro de 1960.

Neste mês, vai viver para a casa da Rua do Frias, 101, mais tarde chamada Rua Raposo do Amaral.

Novembro – No Açores aparece, a 12, a rubrica Azulejos assinada por “Ninguém”, desaparecendo logo. Este título fora importado da rubrica que Violante de Cysneiros assinou, em 1916, no jornal Autonómico.

1945

Fevereiro – Joel Serrão publica as cartas que Fernando Pessoa escreveu a Côrtes-Rodrigues, ficando inédito um bilhete.

Nasce o seu terceiro neto, o poeta Nuno Dempster, que, embora tendo nascido em Ponta Delgada, foi, com poucos meses, para o Porto, cidade onde firmou as suas raízes.

Maio – Côrtes-Rodrigues é homenageado pelo Liceu Antero de Quental.

Neste mês é contratada a criada Rosa da Conceição Cabral, a D. Rosa, que acompanhará o poeta até ao último dos seus dias.

Novembro, 16 – Apoiado num texto de onze páginas, profere, no Teatro de Vila Franca do Campo, um discurso de propaganda eleitoral, apelando ao voto nos deputados da União Nacional pelo círculo dos Açores.

1946

Janeiro - Início da correspondência com Cecília Meireles que duraria dezoito anos. A primeira carta tem a data de 20 de janeiro deste ano e a última de março 1964. Nos primeiros quatro anos, a poetisa escreveu 147 das 246 cartas conhecidas.

Março24 – Morre o pai. 

Joel Serrão publica duas cartas que integram a correspondência que Sá-Carneiro enviou a Côrtes-Rodrigues,

Setembro – A mulher de Côrtes-Rodrigues é internada na Casa de Saúde de S. Miguel, onde permanece até outubro de 48, indo viver, nesta data, com a irmã, na Ribeira Grande. A debilidade da mulher causa ao poeta grande angústia e leva-o a evocar a dimensão mística de Fernando Pessoa que, segunda afirma, lho predissera.

Organiza, para publicação, poemas inéditos de Vasconcelos César. O livro, com o título Poemas Simples, contém a seguinte nota: «O poeta Armando Côrtes-Rodrigues ordenou assim por suas mãos e segundo a sua sensibilidade estes poemas inéditos do poeta Vasconcelos César».

1947

Fevereiro – A Emissora Nacional emite o arranjo radiofónico que fez de Quando o Mar Galgou a Terra

O pintor Domingos Rebêlo faz um retrato, óleo s/ tela, do Poeta.

Dezembro - Castro Soromenho, opositor de Salazar, conhecido jornalista, romancista e, mais tarde, etnógrafo e professor universitário no Brasil e Estados Unidos, entrevista Côrtes-Rodrigues e dessa conversa dá conta na revista Portucale, sob o título “Encontro com um Poeta do Orpheu”.

É nomeado secretário do Liceu.

1948

É representada em S. Miguel, Ponta Delgada e Vila Franca do Campo, a peça Quando o Mar Galgou a Terra.

Março - É nomeado pela Comissão Nacional de Folclore do Brasil, sob proposta de Cecília Meireles, correspondente nos Açores do “Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura”, órgão nacional brasileiro da UNESCO.

Julho – D. Duarte Nuno de Bragança visita a Ilha e oferece a Côrtes-Rodrigues uma foto sua com a esposa que o poeta colocou e manteve no seu escritório.

1949

Janeiro – Nomeado diretor da Secção etnográfica do Museu Carlos Machado, cargo que exerce até 1966.

Abril – Henrique de Campos vai a S. Miguel estudar o espaço para a realização de um filme que divulgue a Terra açoriana e encontra na obra de Côrtes-Rodrigues, Quando o Mar Galgou a Terra, o argumento para o seu filme.

Junho, 13, - Participa no “Ciclo de Conferências de Administração Pública Local”, no âmbito das “Artes, Ciências e Letras”, com uma comunicação intitulada “O Valor social da etnografia e sua aplicação ao movimento cultural do distrito”.

É representada no Ginásio do Liceu de Ponta Delgada a peça Quando o Mar Galgou a Terra, pelos atores Deolinda Barbosa, Gualter Rodrigues e Ruy Lopes. No mês seguinte, em Vila Franca do Campo e, em agosto, nas Furnas, em homenagem ao académico madeirense Major J. Reis Gomes. Em novembro, a peça é representada na Ilha de Santa Maria.

Novembro – Separa-se formalmente da mulher.

Tradução para o Alemão, por Wolf Bergamann, de alguns poemas de Cantares da Noite.

Dezembro – O Correio dos Açores publica uma caricatura do poeta, feita por Victor Câmara, e com a seguinte quadra, assinada por Alá: “Este ilustre dramaturgo / É poeta cem por cento /Faz o mar galgar a terra/ Nas asas do seu talento”

1950

Fevereiro, 26 – Morre a mulher, mãe de três dos seus quatro filhos.

Abril – Raul Feio apresenta o poeta no programa “Tempo de Poesia” da Emissora Nacional. O texto é publicado no jornal Açores de dia 30.

Maio – Recebe de Egito Gonçalves um exemplar do seu livro Poema para os Companheiros da Ilha, com a seguinte dedicatória: «Ao maior poeta açoriano que me honro de conhecer e de estimar, com a gratidão do Egito Gonçalves. Porto 18/V/50».

Junho – É representada, na Horta, pelos atores Ilda Cristo, Branco Cordeiro e Manuel Cristo, a peça Quando o Mar Galgou a Terra.

Novembro – Hernâni Cidade visita a Ilha a convite do Instituto Cultural de Ponta Delgada, tendo sido Côrtes-Rodrigues, antigo companheiro do Curso Superior de Letras, o anfitrião. Hernâni Cidade profere uma lição no Liceu Antero de Quental, de entre outras atividades culturais, conforme notícias dos jornais. É publicado no Açores um texto evocativo dos “rapazes de Orpheu”, referindo Côrtes-Rodrigues no momento em que este lhe dá a ler os poemas de Violante de Cysneiros.

1951

Janeiro – Inicia no jornal Açores a sua participação na rubrica “Livros Novos”, assinando A.

Maio, - Um grupo de estudantes de Coimbra homenageia Teixeira de Pascoais e Côrtes-Rodrigues participa com um poema. Este poema, com o título “In Fine”, foi integrado no Horto Fechado, encerrando-o.

Junho – Reabre o Teatro Micaelense que teve em Côrtes-Rodrigues um defensor empenhado.

Apresentação no Coliseu Micaelense da peça Quando o Mar Galgou a Terra, pelo grupo de teatro que a tinha apresentado na Horta, no ano anterior.

Novembro – Cecília Meireles visita, pela primeira vez, S. Miguel e conhece pessoalmente o Poeta e amigo Côrtes-Rodrigues. A paisagem de S. Miguel afigura-se-lhe à do quintal da sua infância. Planeia voltar em abril do ano seguinte, mas não voltará a pisar o chão da sua “Ilha do Nanja”.

1952

Fevereiro, 25 – É representada, no Teatro Micaelense, a peça O Tempo e a Máscara, cujo prólogo e 1ª parte, “O Eco do Passado”, são da autoria de Côrtes-Rodrigues, sendo a 2ª parte da autoria do professor Lúcio de Miranda. Esta peça integrou as comemorações do centenário do Liceu Antero de Quental que decorreram entre os dias 17 e 25 deste mês.

Março – Participa na homenagem que Vila Franca do Campo presta ao Padre Ernesto Ferreira, discursando em nome da Sociedade Francisco Afonso Chaves.

Abril – Início da correspondência, editada, com Eduíno de Jesus, seu exegeta, e antigo aluno, e organizador da primeira, e única, antologia de poesia do poeta. A última carta de Eduíno de Jesus é de novembro de 58 e a de Côrtes-Rodrigues de agosto de 68.

1953

Maio – Tem início, com as festas do Senhor Santo Cristo e prolongar-se-ia até outubro, a rodagem de Quando o Mar Galgou a Terra, realizado e adaptado por Henrique de Campos da peça de Côrtes-Rodrigues com o mesmo nome. Participam no filme Mariana Vilar, Curado Ribeiro, Paulo Renato, Carlos Wallenstein, Alves da Costa e Josefina Silva, bem como gente anónima micaelense.

Participa na antologia Em Louvor de Santa Clara, organizada por Armindo Augusto, e que comemora os 700 anos da morte desta freira fundadora da ordem feminina de S. Francisco.

Julho - Agosto – Reparte os meses que passou no continente entre o Porto e Lisboa. Na capital, encontra-se com João de Castro Osório, José Osório de Castro, Assis Esperança, Castro Soromenho, Joel Serrão e com os companheiros de Orpheu, Alfredo Guisado e Almada.

Agosto – Setembro – Na cidade invicta, visita a família, reencontra António Cobeira, Alberto de Serpa, José Régio, Jorge de Sena, Casais Monteiro, Hernani Cidade, Jaime Brasil, Armindo Augusto, Egito Gonçalves e António de Sousa. Vai a Amarante e visita a Casa de Teixeira de Pascoais. Visita também o ateliê do pintor António Carneiro e vai em romagem ao túmulo de António Nobre.

Ultima a publicação de Horto fechado.

Outubro - Côrtes-Rodrigues regressa a S. Miguel, tendo passado pela Madeira onde se encontrou com Cabral do Nascimento e Wolf Bergmann, este último, tradutor para alemão, da sua poesia.

É publicado Horto Fechado e outros poemas cuja capa é da autoria do arquiteto e artista plástico João Rebêlo, filho de Domingos Rebêlo.

É traduzido para italiano, por Guido Batelli, o poema “Romeiros” de Em Louvor da Humildade.

Ganha o Prémio Antero de Quental, no valor de 5.000 escudos, com o livro Horto Fechado e outros poemas.

1954

Abril – Estreia, em Lisboa, no cinema Capitólio, o filme Quando o Mar Galgou a Terra.

Maio, 1, Estreia em S. Miguel o filme Quando o Mar Galgou a Terra. No dia 7 deste mês, o Açores dá conta de que 6000 espetadores já tinham visto o filme.

2ª edição de Quando o Mar Galgou a Terra.

1955

Na sequência do trabalho desenvolvido por Côrtes-Rodrigues, em paralelo com o de outros intelectuais micaelenses, Carreiro da Costa, Luísa Athayde, Margarida Machado e Silva Júnior, é criado o Grupo Folclórico de S. Miguel.

1956

É criado o Instituto Açoriano de Cultura do qual Côrtes-Rodrigues é “membro efetivo”.

Publicação da Antologia de Poemas, organizada e prefaciada por Eduíno de Jesus. A correspondência então trocada entre os dois poetas, bem como outra, foi publicada em 2002.

Junho, 14 a 20 - O Milhafre é levado à cena no teatro da Trindade, em Lisboa, integrando as comemorações dos 30 anos de Cultura Portuguesa. A peça é interpretada pelos atores Brunilde Júdice, Josefina Silva, Luísa Neto, Constança Navarro, Alves da Costa, Augusto de Figueiredo e Jacinto Ramos.

Organiza a edição da Página Literária do jornal Açores que homenageia Afonso Duarte, tendo nela participado, para além de Côrtes-Rodrigues, Carlos de Oliveira, João José Cachofel, Eduíno de Jesus, Ruy Galvão de Carvalho e Vitorino Nemésio.

Setembro, 11 – Em Santa Maria, um grupo de antigos alunos organiza um jantar de homenagem a Côrtes-Rodrigues, estando presentes, entre outros, Gastão Ferin, Carlos Faria Jordão, Gualter Pereira Cordeiro e José Nuno Monteiro.

Desta visita nasce a ideia de criar, na Secção Etnográfica do Museu Carlos Machado, a Sala de Santa Maria.

Outubro - É-lhe concedida, pelo Instituto de Alta Cultura, uma bolsa que o dispensa do serviço docente, durante o ano letivo seguinte e que prolongaria até outubro de 1959.

1957

Fevereiro, 28 – Os colegas do Liceu oferecem-lhe um jantar de homenagem pela distinção que recebeu do Instituto de Alta Cultura.

Escreve com enfado, segundo informação recolhida na correspondência de Cecília Meireles e na de Eduíno de Jesus, o Auto do Espírito Santo, peça que integraria as homenagens ao Presidente da República, General Craveiro Lopes, de visita à Ilha. 

Julho, 22 – Representação, no Teatro Micaelense, do Auto do Espírito Santo que preencheu a 2ª parte da “Récita de Gala em homenagem ao Presidente da República”. O espetáculo desta “Récita”, incluindo a representação da peça, teve segunda apresentação no dia 30 daquele mês, também no Teatro Micaelense.

É nomeado diretor da Delegação Açoriana da Sociedade Portuguesa de Escritores que se formara em Lisboa, no ano anterior, tendo sido eleito Aquilino Ribeiro como seu Presidente, figura que Côrtes-Rodrigues apoiou na candidatura a este cargo.

Escreve o Itinerário em Vila Franca do Campo

1958

Março - Abril – Está em Lisboa, reencontra-se com Alfredo Guisado e Almada Negreiros, almoçam nos “Irmãos Unidos”, desta feita, já com a placa e o quadro afixados nas paredes que assinalavam a presença de Orpheu. Encontra-se também com Caetano Dias, cunhado de Fernando Pessoa, e visita a Casa, que frequentara, de D. Elisa de Sousa Pedroso, pianista, cujo marido fundou, com outros, em 1917, A Sociedade de Concertos de Lisboa.

No decurso do segundo semestre, envia a Caetano Dias os poemas com os quais teria participado em Orpheu 3 para que este os integre na reconstituição deste número da revista que pretende levar a cabo. Envia também um texto que escreveu sobre aquela revista, cuja cópia se encontra no espólio de Côrtes-Rodrigues anexa ao poema “Cortejo Trágico” que integraria a sua participação. O original deste texto encontra-se no espólio de Fernando Pessoa.

Organiza o volume correspondente aos Açores da Antologia da Terra portuguesa, editada pela Bertrand em 1964.

1959

Fevereiro – Casa, no dia 27, véspera do seu 68º aniversário, com Margarida Jácome Correia.

Julho – Passa por Lisboa a caminho de Londres onde a mulher o espera para ser submetida a uma pequena intervenção cirúrgica

1960

Janeiro, 23 – Dá a sua última aula, ao fim de quarenta e dois anos de atividade docente. O Liceu presta-lhe homenagem. A sessão de homenagem contou com as intervenções do reitor do Liceu, Dr. João Anglin, do professor, Dr. Almeida Pavão, e do aluno do 6º ano, João Bosco da Mota Amaral.

Termina a sua colaboração, Nota da Semana, no jornal Açores

Fevereiro – A Emissora Nacional emite a peça Quando o Mar Galgou a Terra, adaptada por Carlos Wallenstein e interpretada pelo mesmo, Carmen Dolores e Canto e Castro.

Agosto - É homenageado pela Câmara da Vila Franca do Campo. A Imprensa, quer a de Ponta Delgada, quer a da Vila, dá significativa cobertura ao facto.

Setembro - Data inscrita no caderno “Diário de um homem da Vila”.

Outubro – Encontra-se no Continente. Em Lisboa, tem a seguinte morada: Rua Rodrigo da Fonseca, 80-3º Esq. Aqui, reencontra-se com “os rapazes de Orpheu”, Almada Negreiros, Alfredo Guisado e Raul Leal.

O Secretariado Nacional da Informação, através de Ramiro Valadão, homenageia-o, oferecendo um almoço em sua honra no Hotel Aviz. Estiveram presentes, entre outros escritores, Fernanda de Castro, Vitorino Nemésio, Fernando Luso Soares, Luís Forjaz Trigueiros, José Blanc de Portugal, Eduíno de Jesus, João Afonso, Fernando Guedes, Norberto Ávila e Couto Viana. Usaram da palavra, além de Ramiro Valadão e Côrtes-Rodrigues, Raul Leal que «lembrou todo o vanguardismo implícito na geração de Orpheu(…)».

Por esta altura, Côrtes-Rodrigues dá uma conferência sobre os Açores no Centro Nacional de Cultura.

Visita a exposição de pintura alemã, à data, patente no SNI.

Em Coimbra, visita a filha, que se encontra hospitalizada, e com o filho que veio do Porto. Na cidade do Mondego encontra-se também com Paulo Quintela.

Novembro, 19 - Parte para Paris, encontra-se com Armand Guibert e visita, na Casa de Portugal, uma exposição sobre Fernando Pessoa, integrada na “Semana Pessoa” organizada por aquele tradutor do Poeta plural. Visita uma exposição de Vieira da Silva e outra de Arpad Szènes. Assiste à representação do Tartufo de Molière.

Aqui, no dia 21, vê Jean Cocteau e encontra-se com ele.

1961

Setembro – Inicia, na secção “Letras” do Diário dos Açores, a sua crónica semanal das quintas-feiras, Voz do Longe, que mantém até dezembro de 1966, interrompendo-as entre dezembro de 1962 e julho de 1963. Estas crónicas eram lidas, gravadas e passavam no Emissor Regional dos Açores, aos domingos, às 20.15H e às segundas-feiras, às 12.50H, tendo sido publicadas em livro, dois anos depois da sua morte. Numa entrevista dada à RTP, em Setembro de 1970, portanto, um ano antes de falecer, Côrtes-Rodrigues fala da edição destas crónicas e da sua intenção de lhes dar outro título.

Julho - O Teatro Experimental do Porto leva a cena Quando o Mar Galgou a Terra. Esta encenação foi gravada e transmitida pela Televisão.

Inicia um livro de notas intitulado “Introdução à Vida Interior”.

1962

Redige, para ser representado em Vila Franca do Campo, “O Cortejo dos Reis Magos”.

No âmbito do teatro radiofónico, passa, na Emissora Nacional, Quando o Mar Galgou a Terra.

1963

Redige para a Antologia da Terra Portuguesa, organizada por Fernando Pires de Lima, o livro dedicado aos Açores. Um trabalho extensíssimo que conclui em janeiro de 64.

1964

Fevereiro – “Homenagem da juventude ao Poeta Côrtes-Rodrigues” é o título com que o jornal  Diário dos Açores do dia 27, véspera do 73º aniversário do poeta, dá a uma das suas páginas. Nesta página, consta, para além de poemas de Côrtes-Rodrigues e da sua “Voz do Longe 14”, uma nota de um jovem, João Carlos, e uma entrevista conduzida por um outro jovem, Jaime Gama, que também é autor do artigo sobre o poeta, inserto nesta mesma página. Poucos dias depois, Côrtes-Rodrigues publica o poema “Na manhã brumosa”, dedicado àqueles jovens.

Encontra-se muito doente, mantendo-se em casa por mais de seis meses, embora trabalhando no Cancioneiro.

Abril - Comemorações do cinquentenário do Integralismo Lusitano. Côrtes-Rodrigues autoriza que o seu «nome açoriano figure na Comissão de honra das Comemorações».

Neste mês escreve ao Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, agradecendo o convite que lhe tinha dirigido para participar, com uma conferência, na comemoração do IV Centenário do nascimento de Shaskespeare, que esta instituição iria promover, mas recusa-o por motivos de saúde.

Agosto – Percorreu as ilhas do grupo central e ocidental com o objetivo de conhecer todas as ilhas do arquipélago. Segundo o jornal O Dever da ilha do Pico, o poeta terá confessado o seu êxtase perante o que descobria.

Novembro9 - Morre a amiga Cecília Meireles, dois dias depois de completar 63 nos e no mesmo mês em que passavam 13 anos sobre a primeira e única visita que fizera à Ilha. No dia 26/11/1964, sob coordenação de Côrtes-Rodrigues, o Diário dos Açores homenageia a poetisa
1965

Março – Divorcia-se de Margarida Vitória Borges de Sousa Jácome Correia.

Abril – Organiza a página com que o Diário dos Açores homenageou os 50 anos de Orpheu.

Envia participação para diversos jornais do continente que homenageiam, nas suas páginas, o cinquentenário de Orpheu

1966

Inicia um caderno manuscrito “Apontamentos sobre Poesia”.

Julho – Deixa a direção da Secção Etnográfica do Museu Carlos Machado. Esta decisão prendeu-se, segundo a carta que o poeta dirigiu ao Diretor do Museu e por este citada, com o facto de precisar de tempo para concluir a organização do Cancioneiro, Romanceiro e Adagiário açorianos.

É convidado para participar no VI Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros que se realizou nos dias 7 a 12 de setembro na universidade de Harvard, em Nova York. Não participou.

A “Palyette Corporation” pede autorização para gravar a peça Quando o Mar Galgou a Terra, reproduzir a gravação e distribuí-la, para fins didáticos, pelas escolas e universidades norte-americanas, onde se ensina a língua portuguesa.

Faz-se fotografar com um burro e escreve-lhe um sermão “O Sermão ao irmão burro sobre a cegueira dos homens”

1967

Agrava-se o seu estado de saúde e é hospitalizado.

1968

Dezembro – O Liceu Antero de Quental promove uma sessão cultural de homenagem a Armando Côrtes-Rodrigues, organizada por Ruy Galvão de Carvalho.

1969

É deste ano um caderno manuscrito em português e francês, intitulado “Breves Apontamentos”.

Fevereiro, 28 – A Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada promove uma sessão cultural de homenagem ao Poeta, organizada pelo professor de Literatura portuguesa, Jacinto Soares de Albergaria. A Emissora Regional associa-se à homenagem emitindo um programa dedicado à sua vida e obra. Jacinto Soares Albergaria participa com uma intervenção sobre a importância literária e cultural da casa de Armando Côrtes-Rodrigues, alertando para que não se perca esta casa, à semelhança do que se fizera com a casa de Antero de Quental. 

Abril - Côrtes-Rodrigues envia um telegrama ao Terra, Vitorino Nemésio, agradecendo-lhe e diz: “continuo a viajar”. Assina Cara-Velha

Agosto - A Peça Quando o Mar Galgou a Terra é apresentada na RTP na rubrica “Noites de Teatro”, tendo sido adaptada por Maria Vargas, realizada por Herlander Peyroteo e representada por Emídio Cruz, Irene Cruz, João Lourenço e Luís Horta.

Fernanda de Castro está em S. Miguel e dedica a Côrtes-Rodrigues o seu poema “Antero”.

Dezembro – Encerra o restaurante “Irmãos Unidos”, o Mata-fomes, como lhe chamava.

1970

Janeiro – É leiloado, por 1500 contos, o quadro que Almada pintou, em 1954, por decisão dos então três “rapazes de Orpheu”, para assinalar a presença daquela revista no restaurante Irmãos Unidos, o célebre retrato de Pessoa sentado à mesa de um café, sob a qual se vê Orpheu 2. A placa, redigida por Côrtes-Rodrigues e que surgira na mesma altura e com a mesma intenção do quadro, foi retirada do leilão por Alfredo Guisado quando já se encontrava a ser licitada, e foi, por este, oferecida ao Museu da Cidade de Lisboa. Na notícia de onde retirámos a informação vê-se uma foto de Almada, que esteve presente no leilão, com a seguinte legenda: «‘Não sinto nem orgulho nem vaidade…’. E Almada caminhou, lentamente, Rossio abaixo». Almada Negreiros morre em junho deste ano.

Fevereiro – Recebe do seu companheiro de Orpheu um exemplar de Tempo de Orpheu com a seguinte dedicatória: «Ao Armando Côrtes-Rodrigues, à velha camaradagem do Orpheu. Ao amigo e ao poeta que muito admiro, com um grande abraço do Alfredo Guisado»

São inúmeros os artigos que encontrámos, na imprensa local e na da diáspora, sobre a criação, na sua casa, de uma Casa Museu.

Agosto - Setembro - Está no continente. É entrevistado para a RTP, pelo jornalista Mário Dias Ramos. A entrevista passa na televisão no dia 18 de novembro, no programa "Convergência",

Visita o neto em Vouzela e o filho que reside na Maia. Regressa à Ilha em Outubro.

É deste ano a carta que envia a Aristides Medeiros, irmão do livreiro e homem de cultura Manuel de Medeiros, agradecendo a felicidade que aquele lhe proporcionou, transportando-o de carro até à livraria onde pôde passar um belo dia junto dos livros.

1971

Fevereiro – Felicitações na imprensa pela passagem do seu 80º aniversário, chegando-as também do Brasil, através de um artigo de Ariano Suassuna que, a propósito, evoca a sua obra e a sua participação no movimento de Orpheu.

Março – Doa, ao museu de Angra, um quadro de Domingos Rebêlo.

Abril – António Manuel Couto Viana visita-o em sua Casa e percorre-a na companhia de Jacinto Soares de Albergaria, admirando a arte que nela se alberga. Côrtes-Rodrigues não o pôde acompanhar, como era seu desejo, uma vez que a saúde frágil, cuja respiração é mantida por garrafas de oxigénio, o impede de se movimentar pela sua casa.

Julho – Recebe em sua Casa e mostra o que ela tem de arte, literatura a um grupo de alunos do Magistério Primário.

Agosto, 30, - Vai, pela última vez, a Vila Franca do Campo, por altura das festas do Senhor da Pedra. Percorre os seus lugares da Vila, repetindo em cada um deles: «Não há terra como a nossa»

Outubro, 14, quinta-feira – Morre, pelas 9 horas e 45 minutos, na clínica do Bom Jesus, em Ponta Delgada, e, no dia seguinte, é sepultado na Vila que o viu nascer, segundo testemunhos, com um hábito franciscano.

Novembro – A imprensa açoriana assinala o 30º dia da morte com inúmeros artigos sobre o poeta, bem como com poesia sua.

1973

Publicação do primeiro volume de Voz do Longe.

Outubro – A Câmara Municipal de Ponta Delgada e o Instituto Cultural de Ponta Delgada prestam-lhe homenagem. É descerrada uma lápide na casa onde viveu, no nº 101 da Rua Raposo do Amaral, antiga Rua dos Frias.

1976

Publicação do segundo volume de Voz do Longe.

1979

Integra uma Exposição biobibliográfica no Estoril, integrada na “Semana dos Açores”.

1983

Março - No âmbito do “I Encontro Internacional sobre Literatura Açoriana”, organizado pelo Centro de Estudos Portugueses e Brasileiros da Universidade de Brown, Providence, Rhode Island, o grupo de Teatro Alpendre, encena e representa na sala de teatro do East Providence High School, a peça Quando o Mar Galgou a Terra.

1984

Julho – O Governo Regional compra a casa do Poeta com todos os bens existentes nela, incluindo o espólio literário, a biblioteca pessoal, as obras de arte e o mobiliário.

Outubro - A Editorial Ilha Nova homenageia o Poeta nos Paços do Concelho da sua Vila natal.

1987

Homenagem do Instituto Cultural de Ponta Delgada à memória do Poeta. A homenagem contou com conferências de Almeida Pavão e Luís Francisco Rebelo e com a exibição do filme e da peça Quando o Mar Galgou a Terra, esta encenada e representada, pelo grupo “O Arco” de S. Jorge.

Nesta data é publicado o livro de poesia que o poeta estruturou mas que não chegou a publicar Planície Inquieta, com prefácio de Almeida Pavão. O original do poema que dá título ao livro foi oferecido à Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, ato que integrou as comemorações.

1988

No âmbito das comemorações do centenário de Fernando Pessoa, a Biblioteca Nacional organiza uma exposição. Côrtes-Rodrigues está presente, na parte respeitante a “Pessoa e a Geração Modernista”, com dez documentos.

1991

No âmbito das comemorações do centenário do seu nascimento, é editado Canção da Vida Vivida, antologia temática de poesia dispersa e inédita, organizada e prefaciada por Celestino Sachet. O Museu Carlos Machado organiza uma exposição sobre a sua vida e obra. Promoveram os eventos, para além do Museu Carlos Machado, o Instituto Cultural de Ponta Delgada e a Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.

Fernando Aires profere uma conferência sobre o Poeta, seguida de um recital de piano por António Teves, no Liceu Antero de Quental. Este Liceu realizara, uns dias antes, uma sessão de homenagem promovida por alunos e professores. 

1997

Da vontade e esforços de um grupo de admiradores da obra e do homem, é erigido um busto de Côrtes-Rodrigues, da autoria de França Machado, no largo da rua com o seu nome, paralela à Universidade dos Açores.

2002

Publicação da correspondência com Eduíno de Jesus entre abril de 1952 e agosto de 1968

2004

A sua poesia está presente na exposição que se realizou em Angra do Heroísmo: Açores XX3x20 - 20 pinturas, 20 melodias e 20 poemas.

2006

A casa onde o poeta nasceu é comprada pela Misericórdia de Vila Franca, é alvo de obras, uma vez que se encontrava em adiantado estado de degradação, e passa a funcionar como infantário, sob o nome “Os Cordeirinhos”.

2007

Janeiro - É inaugurada “A Morada da Escrita – Casa Armando Côrtes-Rodrigues”, ficando patente ao público, até julho deste ano, uma exposição, sobra a sua vida e obra, que recebeu a visita de mais de 3500 pessoas. Em paralelo, são levadas a cabo inúmeras atividades com o objetivo de divulgar a obra do Poeta e promover a leitura e a escrita junto das crianças e jovens.

2009

O seu espólio documental e a sua biblioteca são transferidos do Museu Carlos Machado para a Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada.

2010

Novembro - A Secretaria Regional da Cultura entrega a tutela de “A Morada da Escrita – Casa Armando Côrtes-Rodrigues” ao Instituto Cultural de Ponta Delgada que, na Casa, passa a ter a sua sede.

2011

Fevereiro, 28 - No âmbito das comemorações dos 120 anos do seu nascimento, o Instituto Cultural de Ponta Delgada reedita o Auto do Espírito Santo e promove uma semana cultural evocativa da sua Vida e Obra.

A imprensa açoriana dá notícia deste acontecimento.

Março, 11 - A Casa dos Açores de Lisboa promove também um serão comemorativo dos 120 anos, com uma comunicação da Drª Alzira Silva, sob o título “Armando Côrtes-Rodrigues e Cecília Meireles: Vozes que no Longe se Encontram”, integrando um serão cultural sobre a obra do poeta.

No dia 23 deste mês, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores aprova, por unanimidade, um voto de congratulação pelos 120 anos do nascimento de Armando Côrtes-Rodrigues.

2012 Janeiro – Fevereiro – Integra a exposição “Escritas dos Açores, Escritas do Mundo”, patente no Museu da Graciosa e promovida pela Direção Regional de Cultura, com a primeira estrofe do poema III do tríptico “Cântico das aves”, Cântico das Fontes, e tendo a seguinte inscrição: “Armando Côrtes-Rodrigues que nesta morada que foi sua semeou palavras que ainda hoje florescem”.
2015

No âmbito do centenário da revista Orpheu, Côrtes-Rodrigues integra várias exposições das quais se destacamos Os Caminhos de Orpheu, patrocinada pela Biblioteca Nacional de Portugal, e Nós, os de Orpheu, patrocinada pela Casa Fernando Pessoa e o Instituto Camões.

Outubro, 8 e 9 - A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, em parceria com o Instituto Cultural de Ponta Delgada, a Universidade Nova de Lisboa e a Universidade dos Açores, promove o Colóquio Orpheu nos Açores e expõe  uma mostra documental sobre o Poeta.

2019

A Câmara Municipal de Vila Franca do Campo e a Comunidade Escolar e Educativa atribuem o nome de Armando Côrtes-Rodrigues à escola  básica e secundária desta Vila. França Machado pinta um retrato do Poeta, que é oferecido à escola.